Dica de site

sexta-feira, junho 23, 2006

O site Share! (http://www.51mpc.com/share.htm) tem alguns milhares de discos disponíveis para download... é bem eclético, devo afirmar, desde Tom Jobim até Def Leppard... bom, tem muito lixo, mas se você for como eu e tiver paciência, há de achar alguma coisa.

Tendra miedo...

Achei essa no Terra Tecnologia...

Gorro eletrônico permite mover PC com pensamento

Usando um gorro eletrônico, o cientista austríaco Peter Brunner olha fixamente para a tela de um computador portátil e aí, sem nem mesmo pestanejar, começa a compor, letra a letra, uma mensagem que aparece em uma tela gigante acima de sua cabeça. "O-L-Á", escreve, usando apenas o poder do pensamento, surpreendendo o público presente: cientistas e curiosos reunidos em Paris por ocasião da segunda edição do salão de Pesquisa e Inovação.

Peter Brunner e dois de seus colegas do centro público de pesquisas de Wadsworth (em Nova York) puseram à prova na capital francesa uma nova forma de comunicação entre cérebro e computador. Graças às dezenas de eletrodos inseridos no gorro eletrônico, este assombroso equipamento capta sinais elétricos emitidos pelo cérebro e os digitaliza para que o computador seja capaz de traduzi-los.

Sem intervenção de nervos ou músculos, a interface "oferece uma possibilidade de comunicação e de autonomia para as pessoas que sofrem paralisias totais" e que não podem nem falar, nem se movimentar, explicou Eric Sellers, outro cientista do centro de Wadsworth. Os cientistas trabalham há 20 anos na conversão do pensamento em ação, mas só agora conseguiram, quando a tecnologia começa a sair dos laboratórios para se tornar em aparelhos em serviço ao homem.

De agora em adiante, o poder da mente sobre a matéria não vai pertencer de forma exclusiva ao circo ou à ficção científica, com seus "quase magos" capazes de torcer colheres só com o olhar. Com esta nova forma de comunicação cérebro-computador será possível melhorar consideravelmente a qualidade de vida de 100 milhões de pacientes no mundo, 16 milhões dos quais são vítimas de paralisia cerebral e pelo menos cinco milhões mais com ruptura da medula espinhal, antecipou o doutor Sellers. Além disso, 10 milhões de pessoas também sofrem de paralisia total depois de um acidente vascular cerebral, informou.

As aplicações possíveis da nova invenção vão mais além da escrita: só é uma questão de tempo para que a tecnologia seja utilizada para guiar cadeiras de rodas, previu Sellers. "Já somos capazes de fazê-los. Mas o problema é complexo e, por enquanto, não seria muito certo", acrescentou. O terror do aprisionamento de uma mente lúcida em um corpo paralisado foi cruamente retratado no fim dos anos 1990 pelo jornalista francês Jean-Dominique Bauby em suas memórias "O Escafandro e a Borboleta", ditadas através de piscadelas com seu olho esquerdo.

O sistema implantado em Wadsworth se baseia no algoritmo que analisa as ondas emitidas pelo cérebro, como em um eletroencefalograma, e marca os picos de intensidade correspondentes a esforços mentais definidos. Quando o doutor Brunner se concentra para escrever o "F" de "folha", ele fixa sobre a tela uma fileira de letras e símbolos, iluminados rapidamente e de forma aleatória.

Cada vez que uma fileira, vertical ou horizontal, contém a letra "H", seu cérebro emite um sinal ligeiramente mais forte. O computador precisa de 15 segundos para determinar a letra vislumbrada, mas os resultados melhoram com a prática. Um neurobiólogo americano de 48 anos, vítima da doença de Charcot - uma enfermidade degenerativa das células nervosas - pode continuar trabalhando graças a este programa, apesar de não conseguir nem mover os olhos.

"Redige propostas de subvenções, envia correio e é capaz de usar o teclado do computador em casa", disse. Inclusive escreveu uma mensagem expressamente para a demonstração de Paris, projetada pelo doutor Sellers. Dirigindo-se a Altran, a sociedade francesa que acertou em 2005 seu prêmio anual à equipe americana, escreveu: "Sou um pesquisador em neurociência que não poderia viver sem esta interface. Teclo esta mensagem com meu eletroencefalograma graças à amável autorização do programa de pesquisas sobre o sistema de comunicação cérebro-computador do centro de Wadsworth".

fonte: Terra Tecnologia

Vídeos da Turnê "Universo Particular"

quarta-feira, junho 21, 2006

O youtube realmente veio revolucionar, meus caros leitores (e não-leitores também, por quê não?!)!

Este missivista traz para os senhores alguns links para vídeos da nova turnê da Marisa Monte (aquela cantora cheia de "misâncene", lembra?!). Os vídeos são bacanas e bem filmados, dentro do possível, é lógico, são filmes amadores, aliás, pelo que vi, o show também é bacana, confira você mesmo, já que tão cedo ela não se apresenta aqui para a patuléia provinciana, a chusma nem sempre é lembrada, meus estimados senhores... E aproveitando o embalo de Marisa Monte, até sábado, devo deixar aqui pra vocês o áudio de um show completo do show Verde Anil e Amarelo Cor de Rosa e Carvão (1998), este, sim, é bem raro, descobri recentemente no emule.


Velha Infância (Ao vivo em São Paulo)
Segue o Seco (Curitiba)
Maria de Verdade (Curitiba)
Satisfeito (Curitiba)
Pra ser sincero (Curitiba)
Carnavália (Curitiba)
Meu Canário (Curitiba)
Alta Noite (Curitiba)
Não é Proíbido (Inédita)
Eu não sou da sua rua
Vai saber
Pra mais ninguém
Final de Velha Infância (São Paulo)
Não Vá embora (Bis) - (São Paulo) - Com fã invadindo o palco e pedindo "Bem Que Se Quis", hilário é pouco!

Dona Bethânia completa 60 anos

segunda-feira, junho 19, 2006


A cantora Maria Bethânia completa 60 anos, recebe o título de cidadã soteropolitana e tem toda a sua discografia relançada pelas suas antigas gravadoras numa iniciativa pioneira no Brasil, prepara novo CD e DVD cujo tema gira em torno da paixão que é nutrida pela água, além do lançamento do documentário "Música é Perfume" em vídeo.
A cantora que se converteu em entidade da cultura brasileira e, sobretudo, baiana - a Oyá-Bethânia, conseguiu a proeza de depois de mais de 40 anos de carreira manter o frescor do início atrelado a maturidade que só mesmo o "tempo, tempo, tempo, tempo" consegue conferir: a voz está mais mansa, a performance continua forte, contudo mais serena, muitas músicas se inventam e se reinventam. A atualização do trabalho é para muitos um dos pontos negativos de sua carreira, contudo este missivista da província da Bahia não só não vê problema como acha imprescindível revisitar e reinventar a vida. Já disse Borges que mais importante que ler é reler. Mais importante que fazer, então, é desfazer e refazer, e que a cantora apresenta na música "Nossos Momentos" ("A força que se espalha de alguns movimentos/ que sei desfazer refazer"). Agora é possível para muitos admiradores da música pop brasileira uma das raras oportunidades de conhecer e completar a discografia de uma cantora que partiu de musa da contra-cultura e da performance inovadora, forte e teatral que misturava, ainda, o kitsch ao cult, da andorginia e do sincretismo religioso, até o posto de grande ícone da música pop brasileira.

Você pode até não gostar, pode achar brega, dramática, ultrapassada, enfim, mas há que reconhcer a importância e a contribuição que nos deu Bethânia, tanto para a música quanto para a cultura brasileira que

Hoje não vou colocar disco para download, estou sem tempo para fazer upload, mas deixo uma letra de um música composta por Wally Salomão, o grande poeta, e que me faz muita falta, e Caetano Veloso, que dispensa comentários, gravada por Bethânia em 1992 no disco homônimo, gravado e lançado, inclusive, a contra-gosto da gravadora num esquema meio independente.

Olho D'água

Por entre avenca feto e taquara-poca
No seio limo da mata ciliar
Corre arregalada a matéria prima essencial
O vero olho da terra é um cristal d'água
E não há no reino mineral
Nehnhum poder de terra que estanque
O jorro das gotinhas
Rasgando as entranhas da terra
Sedentas por ver o sol
Sedentas por ver o sol
Sedentas por ver o sol
Secas por vê-lo

Dourar o vale e a serra
Pupila iris pálpebra retina
Há se este olho d'água
Filtrasse a sentina do mundo e da minha alma
E o nojo e a lama lavasse
E o ecopagão aos meus ouvidos recordasse
Qque o olho pro onde eu vejo Deus
É o mesmo olho por onde ele me vê

Por fim, fica uma frase que Wally e Caetano fazem referência na música.
Mais material filosófico para você pensar quando do seu ócio.


O olho com o qual vejo Deus
é o olho com o qual Ele me vê

(Meister Eckhart)

domingo, junho 18, 2006

Este missivista está de luto e profundamente abalado com a repentina partida do humorista Bussunda. Estou, literalmente, sem graça!

Um pouco sobre democracia

quinta-feira, junho 01, 2006

Bom, estimados senhores, este texto que vos apresento foi escrito por mim enquanto tentava responder uma das inquietações do meu curso de comunicação e polítca da Faculdade de Comunicação da UFBA ministrado pelo professor Wilson Gomes. Trata-se de uma tentativa de resposta a uma pergunta feita em sala, na última terça-feira, mas não sei se de fato respondi ou se terminei por encontrar mais e maiores dúvidas e inquietações. No mais fica aqui para compartilhar as dúvidas, inquietações e incertezas.
Democracia é um regime de governo estruturado, em princípio, a partir de uma igualdade entre todos os indivíduos que compõe uma comunidade ante um sistema de leis e no qual todos os sujeitos democráticos – sujeitos de direito, cidadãos – participam e governam a si próprios, sendo que cada um possui uma cota de poder. A democracia foi um conceito grego – Demos (povo) e Cratos (Governo) – resgatado pelos burgueses na França do século XVIII no intuito de legitimar a tomada de poder durante a Revolução Francesa, quando a aristocracia, que detinha o controle da esfera de decisão política, é substituída pela burguesia, que detinha o domínio dos meios de produção e ampliava seu poder econômico à medida que a aristocracia se empobrecia, e o sistema monárquico é substituído pelo republicano.
Um governo democrático pressupõe, ao contrário de um regime de natureza autoritária, que haja prestação de contas acerca da coisa pública, isto é do bem comum, bem de todos os membros da comunidade (seja uma cidade, estado ou nação), porquê enquanto neste há súditos, naquele há sujeitos, sujeitos que autorizam a tomada de decisões e execução do governo, seja na questão administrativa ou no âmbito legal, enquanto na aristocracia a priori não há a menor possibilidade de interferência do povo, o Estado é autônomo e é sua autonomia que produz as leis. O poder político, então, emerge do próprio povo, e não decorre de uma escolha divina, ou do mero direito natural, portanto é no conceito de democracia que se incide a idéia de soberania popular, haja vista que se todo poder emana do povo, é o povo quem controla seu próprio destino, tornando a esfera de decisão política mais próxima da esfera civil.
Enquanto na aristocracia as decisões tomadas são veladas, na democracia elas devem ser desveladas, e devem ser resultado da prática da razão, do discurso e do confronto de idéias, do debate público, na esfera de visibilidade pública – representada na contemporaneidade pelos media – sendo que a decisão final a ser tomada se constitui como um resultado desse debate, das concessões, das negociações e retaliações, do convencimento, preservando a vontade da maioria, contudo preservando também a oportunidade da minoria – compreendida aqui como minoria política e não demográfica – que também por meio da retórica pode converter-se em maioria política.
Um governo democrático deve ainda preservar o indivíduo do Estado e da própria sociedade, deve libertar, proteger e permitir Democracia possibilidade de fala, mesmo que sua voz seja dissonante (a liberdade de imprensa, proibição da censura prévia etc).
Porém, quem constitui os membros da esfera de decisão política? Basicamente há dois tipos de democracia: a) democracia direta, e b) democracia representativa. O primeiro supõe uma intensa participação de todos os concernidos na tomada de qualquer decisão e uma espécie de assembléia constante, sugerindo portanto uma participação compulsória e de certa forma infringindo uma das premissas democráticas que é liberdade de escolha, participa da EDP quem quer, quando quer. O segundo se caracteriza pela delegação, pela entrega das cotas de poder feita pelo cidadão para que outro represente seu interesse. A democracia representativa pode ser compreendida também em dois “subgrupos” , o da democracia de base ou republicanista, que se entende como uma democracia “de base” na qual os sujeitos de direito passam a tentar resolver seus próprios problemas, ou melhor, tendem a tornar privados pequenos problemas públicos. O republicanismo, devido a sua origem liberal, daí a tendência a minimizar a influência do Estado, também está relacionado à idéia de soberania, aos bens comuns, às virtudes cívicas, à convivência em comunidade, na organização de redes de relacionamento para melhorar as condições de vida sem o auxílio direto do Estado. Já a democracia de esquerda é um viés teórico das esquerdas européias e relaciona diretamente o regime de governo ao sistema econômico, e uma possível relação incestuosa entre ambos, considerando a democracia como um democracia de classes e está fundamentada em três princípios: a mobilização, conscientização e organização.
Este quadro, brevemente apresentado, compõe um imaginário da democracia contemporânea.
Sabe-se que a democracia como a conhecemos hodiernamente têm suas bases no final do século XIX e metade do século XX, com as lutas das classes operárias e pelo movimento do sufragismo universal, principalmente. Isso porquê o pressuposto da oportunidade da fala dissonante, que preserva as minorias, e o princípio de igualdade de todos perante a lei na gênese da democracia, ou seja no século XVIII, era exercida por poucos, por homens, liberais, a partir de uma determinada idade, com um dado nível social e intelectual, privando mulheres e operários por exemplo de participar do jogo político e das decisões políticas, tornando um direito na verdade um privilégio.
Como o imaginário costuma ser mais forte do que as práticas, e os temas da igualdade e da soberania popular ali se encontram, foi uma questão de tempo para que se questionasse a prática, e como essas pessoas estavam excluídas do debate político lhes restou apenas a opção pelas ações reivindicatórias em busca do Estado de Direitos: greves, passeatas, manifestações diversas, no intuito de pautar esses novos interesses nas esferas de visibilidade pública e esfera de decisão política e tornar a democracia algo mais justo.
É nesse bojo que surge na contemporaneidade um conjunto de idéias errôneas e pequenas falácias entorno da democracia e usos metafóricos do termo atrelado ao modelo democrático da esquerda (sobretudo a esquerda mais radical), que ignora princípios como pluralismo, diversidade e características do jogo político como a negociação, conflito, competição e cooperação e ainda se atém ao modelo reivindicatório de conflito de classe e de busca pela hegemonia.
Em primeiro lugar a palavra democracia, depois de quase meio século de regimes autoritários, virou sinônimo de justiça e altamente legitimado: é preciso democratizar o ensino, democratizar o emprego, os meios de produção, porque democracia é sinônimo de justiça, sobretudo de justiça social. Será mesmo?
Democracia é um regime de governo, não se deve esquecer disso, se aplica uma característica democrática (a igualdade em oportunidades) para diversos assuntos que a priori não pertencem ao campo, podem até ser concernidos, mas não influem de maneira direta. Por exemplo, uma ocupação das Forças Armadas em um morro do Rio de Janeiro fere a democracia? A violência implica em anti-democracia? As forças armadas são legítimas quando feitas pelo Estado no intuito de proteger-se a si e ao conjunto de cidadãos, nesse sentido o Estado monopoliza a força impedindo que um cidadão machuque outro, por exemplo.
Segundo porque a democracia é o regime das vontades, e da vontade da maioria, é nisso que ela se diferencia do autoritarismo, porque neste sistema a vontade que importa é a vontade do Príncipe, portanto a vontade da maioria nem sempre será justa.
Aliás, na literatura encontramos diversas metáforas ao elogio da democracia. Em Memorial do convento, de José Saramago, a palavra vontade é um fio condutor do romance. A personagem Blimunda, uma das mais famosas e emblemáticas personagens de toda a literatura portuguesa possui o dom de enxergar por dentro das pessoas e é justamente dentro das pessoas que se encontram, encerradas em nuvens fechadas, as suas vontades. Essas vontades eram necessárias para fazer voar a passarola, engenhoca projetada pelo padre Lourenço (referência de Saramago ao teórico português Eduardo Lourenço, autor de Nós e a Europa). Enquanto isso, na coroa, o rei, por conta de uma promessa feita ao clero, anuncia a construção do araônico Convento de Mafra, que consumiria ainda mais de 100 anos até esta concluído. Justamente neste ponto saramago faz seu elogio. A vontade de el-rei impôs a construção de um convento, mas foi a vontade do povo que fez algo muito maior: alçou o vôo da passarola, porque a vontade da maioria impulsiona e legitima, é feita às claras, é mais forte, enquanto a do rei, por ser velada, perde sua força. è preciso que as vontades se libertem para que algo seja efetivado.
Na democracia o diferencial é que justamente o processo de tomada de decisão deve ser feito às claras, na esfera de visibilidade pública, e há a possibilidade legal de interferência dos concernidos, contudo, em terceiro lugar, não se deve assimilar uma decisão democrática como superior à autoritária. Há possibilidade de uma boa decisão autoritária e de uma péssima decisão democrática.
Ainda, o iegal não significa anti-democrático. O democrático é o Estado e suas instâncias e tudo aquilo que se relaciona à república, ao bem de todos. Embora se saiba que o estado de direito nunca é de 100%, ainda existem sujeitos à margem, ainda há a voz dissonante, outrossim em todos os segmentos sociais, uma vez que a vida social não é uma prática agélica, bem como a política também não o é. A justiça fica a cargo de um poder específico, o judiciário, que aplica e fiscaliza a aplicação das leis.
Há na democracia maiores possibilidades de diálogo e acesso, mas isso não implica imediatamente em promoção da justiça ou ainda democracia sempre é ou deve ser justa.
Quanto à ética e à moral podem indicar falhas, pequenos erros, mas não resolvem. O próprio imaginário constrói-se a si.
Tomo a liberdade de sugerir alguns livros que utilizei como referência para escrever este texto (uma inquietação levantada pelo professor Wilson em sala de aula), valeu pelo toque, George!
_ _ _ _ _ _
GOMES, W.G. Transformações da política na era da comunicação de massa. São Paulo: Paulus, 2004.
GOMES, W. G. Comunicação e democracia de massa: problemas e perspectivas. (pdf)
HELD, D. Models of Democracy. Stanford: Stanford University Press, 1986. Second edition.
RUBIN, A.A.C. Espetáculo. In: Cultura e atualidade. RUBIN, A.A.C. (org). Salvador: Edufba, 2005 (Sala de Aula 2)